Em apenas seis meses, a Prefeitura de Ipanguaçu, no interior do Rio Grande do Norte, gastou a impressionante quantia de R$ 3,5 milhões com combustível e locação de veículos. Para um município de pequeno porte, com população estimada em cerca de 15 mil habitantes, os números levantam sérias dúvidas, e merecem explicações urgentes.
R$ 2 milhões em combustível: frota fantasma?
Segundo dados levantados, R$ 2 milhões foram gastos somente com combustível, abastecido no Posto Frei Damião, principal fornecedor da prefeitura. Se considerarmos que esse valor cobre apenas seis meses, estamos falando de mais de R$ 330 mil por mês em gasolina, diesel ou etanol.
A pergunta que não quer calar é: qual o tamanho real da frota oficial do município? Quantos carros, ambulâncias, ônibus escolares e tratores estão circulando diariamente para justificar essa despesa tão elevada? Existe controle de quilometragem, rotas, consumo médio por veículo? Ou estamos diante de uma frota fantasma que só existe na nota fiscal?
R$ 1,5 milhão em locação: que serviços são esses?
Além disso, outros R$ 1,5 milhão foram destinados à locação de veículos no mesmo período. Isso levanta outra questão: quais serviços municipais demandam tanto transporte terceirizado? A cidade tem território pequeno, e a demanda por transporte de pessoal ou carga não parece justificar uma despesa equivalente a R$ 250 mil mensais em aluguel de carros.
E a Câmara de Vereadores? Silêncio ou conivência?
Enquanto os gastos se multiplicam, a Câmara de Vereadores de Ipanguaçu parece manter o silêncio. Nenhuma CPI, nenhuma convocação pública, nenhum pedido de explicação formal. O papel fiscalizador dos parlamentares locais está sendo cumprido? Ou a Câmara está conivente com esse verdadeiro escândalo administrativo?
A população merece saber onde foi parar cada centavo desses R$ 3,5 milhões. Transparência não é favor, é obrigação.
Ipanguaçu pede respostas !
Num cenário de crise econômica, com serviços públicos carentes, salários atrasados e obras paradas, ver milhões de reais indo embora em contratos pouco transparentes fere o bom senso e afronta o contribuinte.
Ipanguaçu precisa de respostas. E a população merece saber: quem está lucrando com esses contratos milionários?
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