Enquanto milhares de cidades brasileiras enfrentam dificuldades para manter serviços básicos funcionando, o pequeno município de Ipanguaçu, no interior do Rio Grande do Norte, chama atenção por um gasto no mínimo questionável: R$ 1,4 milhão com serviços de coleta de lixo, descritos por moradores como “de luxo”.
Segundo apuração, a empresa contratada tem sede no próprio município e ligações com o poder local, o que acende um alerta sobre a transparência e a lisura da contratação. Com população modesta e estrutura urbana limitada, o valor gasto parece estar fora de qualquer proporção com a realidade da cidade.
Ipanguaçu: Pequeno no mapa, grande nas despesas
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ipanguaçu tem:
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População estimada (2024): 14.539 habitantes
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Área territorial: 374,25 km²
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Densidade demográfica: ~37,76 habitantes/km²
Para um município de menos de 15 mil habitantes, o gasto de R$ 1,4 milhão com limpeza urbana em um curto período, sem comprovação pública da real necessidade ou detalhamento dos serviços prestados, soa como uma afronta à gestão responsável de recursos.
Transparência em xeque
Apesar da magnitude do contrato, poucas informações foram divulgadas oficialmente pela Prefeitura sobre os termos da licitação, os critérios de escolha da empresa, e quais serviços exatamente estão sendo pagos com essa quantia milionária.
Moradores relatam que a coleta não é diária em todas as regiões e que o município, que já enfrentou problemas com infraestrutura básica, ainda peca na limpeza de bairros mais afastados.
População cobra explicações
A polêmica ganhou força nas redes sociais e grupos de WhatsApp da cidade. Vereadores da oposição já sinalizam que devem levar o caso ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) para investigação dos contratos e eventual improbidade administrativa.
Quem está limpando o lixo… e quem está lucrando com ele?
Despesa com lixo esse ano |
Fonte: Portal da Transparência
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