A Câmara Municipal de Serra do Mel vai operar em 2025 com um orçamento inédito: R$ 6.547.396,44 ao longo do ano, o que equivale a uma média superior a meio milhão de reais por mês, tudo isso para sustentar o funcionamento de uma Casa Legislativa composta por apenas nove vereadores.
O valor representa praticamente o dobro do montante recebido em 2024, quando o duodécimo total repassado pela Prefeitura foi de R$ 3.392.364,19. O aumento expressivo levanta questionamentos sobre a real necessidade dessa elevação em um município de pequeno porte, onde muitos serviços públicos ainda enfrentam dificuldades crônicas.
No ano passado, a presidência da Câmara chegou a devolver R$ 100 mil aos cofres da Prefeitura, um gesto que foi alardeado como demonstração de “compromisso e economicidade”. No entanto, especialistas em gestão pública alertam que a devolução de recursos não deve ser encarada como mérito, e sim como sinal de que o dinheiro poderia ter sido melhor aplicado. Gestor responsável não devolve dinheiro: aplica com eficiência, transparência e foco no interesse coletivo.
Com tanto dinheiro circulando mensalmente, a pergunta que não quer calar é: quem fiscaliza os milhões da Câmara? Os próprios vereadores? Em tempos de crise e cobrança por mais responsabilidade com os recursos públicos, a sociedade espera mais que discursos, espera prestação de contas e transparência efetiva.
Duodécimo de 2024 |
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