A trajetória recente de Eugênio da Padaria nas eleições municipais poderia ser lida como uma história de esperança política, mas acabou marcada por frustração e abandono. Apoiado e lançado pelo ex-prefeito Neto de Zoraide, Eugênio aceitou carregar a bandeira da oposição, acreditando ter espaço e respaldo para disputar de igual para igual. O resultado, porém, foi outro: pouco mais de 4 mil votos, uma derrota amarga e a sensação de ter sido usado.
Muitos avaliam que Eugênio não foi escolhido por suas ideias ou projetos, mas por conveniência. Neto, sem coragem de encarar a tentativa de reeleição, teria empurrado o aliado para o sacrifício eleitoral. Passada a eleição, o tratamento dado a Eugênio reforça essa leitura: o ex-candidato acabou colocado de lado, sem o reconhecimento ou o espaço que se espera de quem entrou na disputa para representar um grupo inteiro.
A lembrança das famosas pesquisas eleitorais torna o quadro ainda mais cruel. Sob a batuta de Neto, divulgaram-se levantamentos que mostravam Eugênio como franco favorito, em 33 pesquisas, 32 apontavam vitória. Expectativas foram alimentadas ao extremo, apenas para desmoronarem na hora da verdade.
O episódio deixou marcas profundas também na própria oposição. A postura de Neto, ao se ausentar da disputa e delegar a missão a outro, foi interpretada como falta de confiança e de coragem política. Isso fragilizou o grupo e abriu um vácuo de liderança, tornando ainda mais difícil a construção de um palanque consistente. Hoje, a oposição patina entre vaidades e desconfianças internas, sem conseguir firmar um projeto sólido de unidade.
No fim das contas, o que resta é a imagem de Eugênio como vítima de um jogo de poder, e a oposição mergulhada em incertezas, tentando se reorganizar sem clareza de quem, de fato, lidera o processo.
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