Mesmo figurando entre as prefeituras mais ricas do Mato Grande, João Câmara aparece na pior colocação em investimentos na área da saúde, segundo dados oficiais do Relatório de Execução Orçamentária do 4º bimestre de 2025, disponíveis no Painel Fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN).
De acordo com o levantamento, o município destinou apenas 13,67% de sua receita para ações e serviços públicos de saúde, o menor percentual entre os municípios da região, ficando abaixo de cidades menores e com arrecadação muito inferior, como Pureza (16,89%), Pedra Grande (16,45%) e Taipu (19,52%).
O dado chama ainda mais atenção diante da forte arrecadação municipal. Até o momento, João Câmara já contabilizou R$ 120.475.935,83 em receitas, cerca de R$ 20 milhões a mais que no mesmo período do ano passado.
Apesar do aumento expressivo na receita, o percentual aplicado na saúde ficou próximo do limite mínimo constitucional de 15%, sinalizando baixa prioridade para o setor em uma gestão que dispõe de recursos em alta.
Enquanto isso, outros municípios da região aplicaram bem acima do mínimo exigido, como Poço Branco (26,6%), Jandaira (24,77%) e Bento Fernandes (21,20%), demonstrando maior compromisso com a política pública de saúde.
Os números revelam uma contradição gritante: uma prefeitura rica, com arrecadação crescente, mas com investimento mínimo em saúde, área essencial para a população.
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