FARRA DAS VERBAS DE GABINETE NA CÂMARA DE NATAL: OPOSIÇÃO E SITUAÇÃO UNIDAS PELO SILÊNCIO
Enquanto a população enfrenta dificuldades e cobra transparência no uso do dinheiro público, na Câmara Municipal de Natal o gasto com verbas de gabinete segue um caminho crescente, e silencioso. O que deveria ser destinado ao funcionamento dos mandatos virou, na prática, uma verdadeira farra orçamentária, sustentada por um corporativismo que une, sem distinção, bancadas de oposição e situação.
Os números mostram o tamanho do descontrole. Em 2021, foram gastos R$ 4.998.591,95. No ano seguinte, o valor subiu para R$ 5.939.891,77. Em 2023, as despesas explodiram para R$ 7.188.043,80, e em 2024 chegaram a R$ 7.793.299,65. Agora, em 2025, até o mês de outubro, os vereadores já torraram R$ 5.469.457,81, e a previsão é de que o total chegue a R$ 8.356.000,00 até o fim do ano, o maior gasto da história recente da Câmara.
Apesar da escalada constante, nenhuma voz se levanta dentro da Casa para cobrar explicações ou rever práticas. As verbas de gabinete, usadas para custear assessores, material de expediente, combustíveis e outras despesas do mandato, são liberadas mensalmente a cada vereador, sem detalhamento público minucioso sobre onde e como cada centavo é aplicado.
O que se observa é um pacto de silêncio: ninguém fiscaliza, ninguém denuncia. A falta de transparência contrasta com o discurso moralista de muitos parlamentares em plenário e nas redes sociais, onde se dizem defensores da ética e do bom uso do dinheiro público.
Enquanto isso, milhões escorrem pelos ralos da Câmara, longe dos olhos da população e sem qualquer mecanismo de controle efetivo. A farra das verbas de gabinete em Natal mostra que, quando o interesse é comum, governo e oposição falam a mesma língua: a do silêncio conveniente.
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