A saúde pública de Macau atravessa um dos momentos mais delicados dos últimos anos. Em apenas três meses, o Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu quatro procedimentos oficiais para investigar desde supostos casos de negligência médica no Hospital Municipal Antônio Ferraz até omissão da Secretaria de Saúde no atendimento a pacientes em situação crítica. Os registros mostram uma crise crescente, marcada por falhas administrativas, atrasos, desassistência e questionamentos sobre a aplicação de recursos públicos.
Negligência médica e descaso no Hospital Antônio Ferraz
A denúncia mais recente, autuada em 19 de novembro de 2025, aponta supostos casos de negligência médica e descaso no atendimento dentro do Hospital Antônio Ferraz, a principal unidade de saúde de Macau.
O caso, registrado como Notícia de Fato nº 02.23.2017.0000182/2025-44, anexou uma série de documentos, incluindo declaração de óbito, fichas de atendimento e relatos de pacientes e familiares, a investigação foi distribuída à 2ª Promotoria de Justiça e segue em andamento.
Idosa é deixada sem transporte após exame em Natal
Duas semanas antes, em 4 de novembro, outra denúncia caiu sobre a mesa do MP, a Notícia de Fato nº 02.23.2016.0000235/2025-83 apura possível negligência contra a idosa Maria Marlinda Silva de Souza, que teria ficado sem transporte fornecido pela Secretaria de Saúde para retornar de Natal após realizar um exame, onde documentos como agendamento do exame, comprovantes de passagens e certidão de prioridade confirmam a gravidade da situação, o caso está com a 1ª Promotoria de Justiça de Macau.
Gastos do Hospital Antônio Ferraz e a crise no sistema
Outra frente de investigação mira diretamente a gestão financeira da saúde, que em 24 de outubro, o MP instaurou a Notícia de Fato nº 02.23.2016.0000232/2025-67 para apurar denúncias sobre os gastos públicos com o Hospital Antônio Ferraz e o agravamento da crise na saúde municipal. diversos Termos de Informação foram juntados ao procedimento, indicando a coleta de dados sobre despesas, repasses e funcionamento da unidade hospitalar, a investigação levanta a hipótese de má gestão de recursos e de falhas estruturais que estariam comprometendo o atendimento à população.
Omissão em exame essencial para cirurgia
A primeira denúncia do ano e que permanece sem solução, é de 20 de agosto de 2025, registrada como Notícia de Fato nº 02.23.2017.0000136/2025-25. o caso denuncia que a Secretaria de Saúde não teria providenciado um exame imprescindível para uma intervenção cirúrgica, expondo o paciente ao risco por atraso no tratamento.
O procedimento reúne mais de 20 documentos, incluindo ofícios, anexos, e-mails, protocolos e a própria resposta da Prefeitura, enviada quase dois meses depois da primeira cobrança do MP.
A lentidão e a falta de respostas diretas da gestão municipal levantam suspeitas de desorganização e omissão administrativa.
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